segunda-feira, 21 de julho de 2008

Aqui tudo parece que é ainda construção e já é ruína.

Lamentavelmente este verso da canção Fora da Ordem, de Caetano Veloso, não poderia descrever melhor o momento de Salvador. Há uma explosão de lançamentos imobiliários, oferecendo toda sorte de unidades, algumas com luxo e espaços para atividades inimagináveis. No que diz respeito a restaurantes e bares, dá-se o mesmo fenômeno, e não há um mês em que não se inaugurem novas casas. Shoppings cada vez mais bem equipados trazem novidades em lojas e serviços. Concessionárias oferecem carros magníficos, muitos deles importados, que se vendem como pão quente.Tudo isto gera empregos, o que é muito bom. Em contrapartida, a infra-estrutura da cidade não corresponde. É complicado bater o ponto na hora certa, utilizando o lastimável transporte público, insuficiente não só em quantidade e qualidade, senão também nas suas rotas. O trânsito, caótico em todas as áreas de maior fluxo, põe à prova os nervos de todos, especialmente daqueles que têm que cumprir uma agenda para sobreviver. A falta de ciclovias e a própria topografia da cidade inviabilizam o uso de bicicletas. Vias importantes da cidade, como a Avenida Magalhães Neto, por exemplo, não têm calçadas ou faixas de pedestre, o que obriga o cidadão que vai a qualquer local nas proximidades a colocar mais um carro no trânsito, para não ser atropelado. Calçadas, dos bairros mais ricos aos mais carentes, são esburacadas, desniveladas, tomadas pelo mato, lixo, ou inexistentes. Todos os candidatos a prefeito deveriam tentar caminhar por elas. Não só em campanhas ou no famoso corpo a corpo, e sim no seu bairro, nas imediações de seu escritório, indo a pé até a farmácia, ao barbeiro, à padaria ou a um prédio próximo. Seria um excelente treinamento para o cargo pretendido.

"Se alguém cruzar seu caminho, não pergunte de onde veio, e sim para onde vai, para ver se podem ir juntos" frase de meu pai, simplificado de algo que leu de Nietsche.



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