sábado, 18 de agosto de 2007

Há doenças piores que as doenças, Fernando Pessoa

colaboração de minha super sensível amiga Nádia Sarkis

Há doenças piores que as doenças,
Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias sonhadas mais reais
Que as que a vida nos traz, há sensações
Sentidas só com imaginá-las
Que são mais nossas do que a própria vida.
Há tanta cousa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre o verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo.
Dá-me mais vinho, porque a vida é nada.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

A Barra agoniza e clama por socorro

Pobre menina rica esta Barra, que assistiu em décadas passadas o desfile da gataria da época e o início de namoros, - alguns se tornaram casamentos que duram até hoje – o vai-e-vem dos carros recém lançados, e os modelitos e penteados caprichados para o programa de fim de tarde. Tomou milk shakes, dusty millers e cocos espumantes no bar Oceania. Testemunhou clones de James Dean exibindo sua rebeldia. Hoje, o percurso a pé que se inicia no estacionamento do clube espanhol e vai até o forte de São Diogo, desperta uma triste reação: luto fechado! No estacionamento, a pavimentação sumiu. Foi substituída por poças grandes de água lamacenta. A má condição da (des) calçada segue até o fim do percurso: ora falta pavimentação, ora meio-fio, ora é o desnível do solo ou raízes de árvores sem manutenção que impedem a caminhada, tão recomendada por médicos de qualquer especialidade. Esgotos a céu aberto despejam seus detritos à esquerda do Farol da Barra, enquanto em frente a este outrora cartão postal da cidade, o caos impera. Grama inexistente, lama abundante e vendedores ambulantes, idem. Não tendo onde estacionar, ônibus de turismo invadem o espaço dos transeuntes. A insegurança é total: quem é o marginal e quem será a vítima? O Forte de Santa Maria tem seu estacionamento tomado por poças imensas e fétidas, além dos containers de todo o lixo da região. O calçadão em frente ao Instituto Mauá, loja que deveria ser um imã para o turista, é uma tristeza: o espaço, que deveria acolher bares, artesanato, cafés e afins, abriga a ruína de um posto policial em meio à sujeira e abandono. Ah, que lástima para a população e que imensa vergonha dos turistas, que em suas terras nos brindam com cidadania e segurança!!!

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Misfit





Eu não sou daqui
Eu não sou de lá
Eu não sou de nenhum lugar
Sou eu sozinha na multidão
Sou eu, acompanhada da solidão
Sou eu e meu Jukebox
Caminhando ao som de Piazzola
Vagueando segundo a melodia do seu acordeon
Passos ao rítmo de Pass
Equilibrando-me no fio da voz de Cesária Évora
Sou eu amassando a massa do bolo com as mãos,
Sem raiva ou indignação
Sou eu e a minha xicara de chá
Que nao deixa borra, apontando o destino
Nem reflete o meu rosto cansado
Assisto, do alto, as pessoas passarem apressadas
Os punks, hippies e velhinhos
As putas, patricinhas e mauricinhos
Evidencia-se a sensação de não pertencer
Renata Lebram

The book is on the table, rsrsrs

ÔÔÔBAAA, zi buque continúa on zi teibol, e isto em qq idioma: no shopping Barra, Califa, um senhor perguntava se era seuvi serve... uma senhora dava uma receita que leva bicabornato e yorgut... outra hospeda em casa um pâtisserie (uma doceria, e não um patissier, quem faz doces) Escreve-se agente querendo dizer nós. É a gente! Agente é o agente funerário, agente 007, etc... Então belo lugar querendo dizer em tão belo....concerteza em lugar de com certeza. Êta pessoal, vamos ler. . . Cultura nunca é demais, e só se aprende a falar e escrever lendo!

As máxi bolsas.


Os fashionistas que me perdoem, mas NÃO usarei máxi bolsas. Elas levam qualquer criatura à loucura. Lá dentro vc perde seus óculos, agenda, o q for. Celular... nem se fala. Se vc estiver dirigindo e não abrir mão de atendê-lo (claro, sempre poderá ser seu príncipe encantado, ou alguém informando q vc ganhou a loto ou o carro do jornal A Tarde) pode ser suicídio: vc mergulha na bolsona e não fica lá menos de 15 minutos.. E por serem imensas, vc tem que enchê-las para que a forma fique bacana. E então, tome-lhe lenço de papel, palm top, carregador de celular, recibos mis, carnê de IPTUe da escola dos filhos, água mineral, resultados dos últimos exames e mamografia, remédios, um casaco ou xale, o escambáu. Resultado certo é, além do caos, uma bursite. Não, não e não. Prefiro minha Gucci pequenina, q um dia comprarei!

"Se alguém cruzar seu caminho, não pergunte de onde veio, e sim para onde vai, para ver se podem ir juntos" frase de meu pai, simplificado de algo que leu de Nietsche.



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