segunda-feira, 25 de junho de 2007

O edredon

Hoje pressenti a chegada do inverno. Pode ser apenas uma tentativa. Pode ser uma ameaça duvidosa, como quase tudo neste país de mentiras. Mas decidi acreditar, porque amo o inverno, e esta nossa terra só tem "desverões". Como fiz em relação a diversas situações na vida, desejei acreditar. Me permiti correr o risco do engano porque anseio pelo barulhinho da chuva, pela luz que fala baixinho e não grita nos nossos olhos. Pela sensação de privacidade das pessoas recolhidas. Fantasio gente mais delicada, consequente, discreta. Pessoas tomando dry martini em vez de roska, e ouvindo Chet Baker no lugar de Ivete. E jogo finalmente na cama meu edredon branco de plumas de peito de ganso da Noruega. Com ele jogo tambem uma dúvida: isto é um convite ao mergulho solitário em minhas próprias divagações, ou ao companheiro imaginado que comigo desfrutará desta nuvem macia e com cheiro de felicidade?

"Se alguém cruzar seu caminho, não pergunte de onde veio, e sim para onde vai, para ver se podem ir juntos" frase de meu pai, simplificado de algo que leu de Nietsche.



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