quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Não comerei da alface a verde pétala

(colaboração de minha querida Kátia Fraga Jordan)

Não comerei da alface a verde pétala
Nem da cenoura as hóstias desbotadas
Deixarei as pastagens às manadas
E a quem mais aprouver fazer dieta.

Cajus hei de chupar, mangas-espadas
Talvez pouco elegantes para um poeta
Mas pêras e maçãs, deixo-as ao esteta
Que acredita no cromo das saladas

Não nasci ruminante como os bois
Nem como coelhos, roedor nasci
Omnívoro: dêem-me feijão com arroz

E um bife, um queijo forte, e Parati.
E eu morrerei feliz, do coração.
De ter vivido sem comer em vão.

Vinícius de Moraes
Em "Livro de Sonetos"

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"Se alguém cruzar seu caminho, não pergunte de onde veio, e sim para onde vai, para ver se podem ir juntos" frase de meu pai, simplificado de algo que leu de Nietsche.



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